sexta-feira, 11 de março de 2011

A Clinica e o Real

No dia  23 último, deu-se inicio às atividades da Escola Freudiana de Belo Horizonte/iepsi.
Nossa proposta de trabalho para o ano de 2011 é "A Clínica e o Real". Segundo Rosangêla Gazzi Macedo:



Rosângela Gazzi Macedo
Psicanalista
Membro da Escola Freudiana de Belo Horizonte/iepsi

"O tema anual de trabalho da Escola Freudiana de BH/iepsi: A Clinica e o Real  surgiu como resultado do movimento dos membros em torno do estudo teórico e das apresentações clinicas. A secção clinica, dispositivo que convoca os analista da Escola a formalizar o inédito de sua clinica, e a leitura do texto a Terceira de J.  Lacan nos colocou diante de novas questões sobre o real. Esse texto  de 1974 é o 3º discurso de Roma, proferido por Lacan, e traz uma terceira definição do Real. Algumas pontuações como: o real é o que funciona mas atinge o homem por sua discordância; o real é o que não caminha, o que não cessa de se repetir;  o analista tem por missão opor-se ao real; o real não faz sentido; essas e tantas outras questões nos relançaram na torção moebiana teoria/clinica. Nossa proposta é estudar o Real ao longo da obra de Freud e Lacan articulado com questões da  clinica para que a transmissão na Escola produza efeitos de discurso analítico."

Tratar o Real pelo Real

Na abertura das nossas atividades fomos brindados com as conferências de Gilda Vaz Rodrigues e Ida Amaral Brant Machado. Postamos aqui uma pequena amostra do que foi apresentado.


 Gilda Vaz Rodrigues
 Psicanalista


Tomando o simbólico como ponto de partida, o ensino de Lacan destaca duas dimensões do real. Uma que é produto do simbólico e outra que não decorre do simbólico, mas que só é pensável a partir do mesmo. Como vemos, a psicanálise está sempre às voltas com os binários – pulsão  de vida e pulsão de morte, princípio do prazer e além do princípio do prazer, tiquê e automaton, alienação e separação e muitos outros, sem esquecer o básico binário S1 e S2. Portanto, é curioso pensar o manejo do real a partir dessas  duas dimensões, ou seja, dois tempos lógicos no campo do real. Considerando essa tese, proponho-me pensar  tal manejo.

Operamos, então, com essas duas dimensões do real:  uma,  em que o trabalho analítico opera a redução do sentido que redundará na destituição subjetiva, nome lacaniano para a castração freudiana, e na primazia do significante e da letra; outra em que não há significante, tocando-se num ponto de impossibilidade da relação e de foraclusão do significante fálico.

A Clínica e o Real

   Ida Amaral Brant Machado
 Psicanalista
Membro da Escola Freudiana de Belo Horizonte/iepsi 


Na abertura das atividades da Escola Freudiana de BH/iepsi,  o tema proposto é a clínica e o real.
Começando com o trabalho clínico de Freud, inicialmente  com as  histéricas, faz-se um percurso da clínica a teoria, e o retorno à clínica.
Em um segundo tempo, busca-se situar a clínica psicanalítica e o seu manejo, frente as demandas que o analista não deve recuar.
No terceiro tempo é trabalhada a categoria do real, introduzida por lacan, que direciona a clínica psicanalítica na vertente do real.
Como lidar com a clínica psicanalítica hoje, frente aos imperativos do gozo, as impulsões e compulsões, a busca da satisfação imediata, do uso do "divã químico"?
Essas são questões a serem trabalhadas.