A experiência psicanalítica
enquanto práxis sempre gerou uma escrita viva, que acolhe e cria novas significações. O campo aberto pelo
discurso analítico desaloja o pensamento cartesiano de sua hegemonia conceitual
e inaugura para o mundo moderno a possibilidade
de pensar as ações humanas sob um olhar
em reviramento : assim nasce o sujeito do inconsciente, interrogando o enigma
de seu próprio desejo.Essa fenda aberta
no pensamento científico marca
definitivamente o terreno da psicanálise.
Sabemos o quanto Freud dedicou sua vida na
construção dos fundamentos da teoria analítica, sem nunca fechar
seu pensamento à críticas, debates e abertura à outros campos
científicos e estéticos. Talvez por isso mesmo a potência criadora de sua
escrita tem servido à apropriações
indevidas do texto psicanalítico.
Em Minas Gerais, o Movimento
Mineiro de Psicanálise, engajado em resguardar os critérios clínicos da prática
analítica tem mostrado um incansável esforço de trabalho no sentido do combate à regulamentação
da Psicanálise ao mesmo tempo que acolhe em sua transmissão todos aqueles que se sentem
causados pelos princípios éticos do inconsciente freudiano.
Em 1964, no Seminário 11, Lacan nos
convida a “voltar à base” - rever o estatuto teórico da psicanálise. Em sintonia
com essa proposta, nós da Escola Freudiana de Belo Horizonte/iepsi
nos colocamos ao lado de todas as Escolas psicanalíticas que neste momento retornam aos conceitos fundamentais de nossa prática
clínica : inconsciente, repetição,
transferência, pulsão.
Que esse
encontro ponha em movimento o desejo de cada um.Assim, esperando receber o novo em nossos trabalhos convidamos a
todos que se interessam pela psicanálise
a participarem de nossa 2ª Jornada Temática: A trama dos conceitos e a ética da psicanálise.
Maria Barcelos de Carvalho Coelho
Psicanalista
Membro da Escola Freudiana de Belo Horizonte/iepsi
Belo Horizonte, 28 de outubro de
2012